sábado, 29 de agosto de 2009

Medicina

A medicina se firmou como ciência no mundo grego. Um dos maiores responsáveis por isso foi o médico Hipócrates de Cós. Ele descobriu que as doenças possuem causas naturais, e isso numa época em que se acreditava que as doenças ocorriam por força do destino ou por vontade dos deuses.
Em muitos países, inclusive no Brasil, os médicos, ao se formarem, prestam o juramento de Hipócrates, do qual reproduzimos um pequeno trecho:

Não darei medicamentos mortais a ninguém que me pedir nem sugerirei tal coisa ... Nas casas em que entrar, irei em benefício do doente e abster-me-ei de todo o ato voluntário de malícia (...) O que (...) vir ou ouvir da vida dos homens (...) não divulgarei.

História

A Grécia foi também o berço de importantes historiadores, a exemplo de Heródoto de Halicarnasso e do ateniense Tucídides.
Heródoto viveu por volta de 480 a 420 a.C., e suas Histórias tratam, entre outros assuntos, das guerras entre gregos e persas. Como ele viveu em Atenas durante o momento de afirmação da democracia, em sua narrativa histórica predominam comparações entre essa forma de governo e a monarquia persa.
O ateniense Tucídides (455-404 a.C.) também escreveu sobre uma guerra, a Guerra do Peloponeso travada entre Atenas e Esparta. ELe próprio participou, como general, dessa guerra, o que levou a escrever sua história. Em sua obra História da Guerra do Peloponeso, levou em conta tanto o ponto de vista dos ateniense quanto o dos espartanos, esforçando-se por descobrir as causas da guerra.
A obra desses historiadores são importantes documentos para o estudo da história ateniense.

O cavalo de Tróia

Tróia, ou Ílion (daí Ilíada), era uma rica cidade da Ásia Menor. Conta a Ilíada que o desentendimento entre os gregos e troianos começou quando Páris, o rei de Tróia, raptou a belíssima Helena, esposa do rei de Esparta, uma cidade grega. Diante disso, os gregos velejaram em direção a Tróia dispostos a trazer Helena de volta.
Para surpresa dos gregos, porém, os troianos resistiram valentemente. Com isso, o cerco da cidade de Tróia se arrastou por dez anos, repletos de violentos combates.
Os gregos já se encontravam exaustos quando o grego Ulisses teve uma ideia engenhosa, que seus companheiros puseram em prática imediatamente. Construíram um enorme cavalo oco de madeira e o abandonaram a poucos metros das portas de Tróia. Depois, esconderam-se nele, fingindo uma retirada.
Sem desconfiar que estavam sendo enganados, os troianos pegaram o imenso cavalo e colocaram para dentro dos muros de sua cidade. E, felizes com o "presente", ficaram festejando até altas horas, pensando que os gregos haviam desistido da luta. De madrugada, quando todos os troianos dormiam, os soldados gregos saíram de dentro do cavalo e abrigaram as portas de Tróia para os seus companheiros. Tudo como Ulisses havia planejado. Graças a isso, conta a Ilíada, os gregos venceram os troianos e teve fim a Guerra de Tróia.
Desse episódio nasceu a expressão "presente de grego", que é usada até hoje quando ganhamos um presente que, ao invés de nos alegrar, desaponta. 

Poesia

A poesia grega continua servindo de inspiração a muitos artistas atuais. Dois longos poemas, a Ilíada e a Odisséia, ambos atribuídos ao poeta Homero, a tornaram conhecida no mundo todo. Atualmente os estudiosos entendem que esses poemas não foram obras de um só homem, mas eram poemas populares, transmitidos oralmente, e que só muito tempo depois foram escritos na forma que conhecemos hoje. Ali são narrados feitos heróicos dos gregos, muito importantes para o estudo da Grécia antiga. A famosa história do cavalo de Tróia, por exemplo, é contada no poema Ilíada.

Escultura

Mesmo quando faziam estátuas de um deus ou deusa, os gregos glorificavam o ser humano. É o que se pode notar nas obras de dois talentosos escultores gregos: Fídias, criador da estátua da deusa Atena (deusa da sabedoria), e Praxísteles, conhecido pela perfeição com que esculpia a figura humana.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Teatro

As artes gregas valorizavam o homem, ou seja, eram essencialmente humanistas. É o que se pode concluir pelas obras de seus escultores, poetas e autores de peças teatrais.
O teatro grego, assim como as olímpiadas, também originou-se da religião, a partir de uma festa em que se homenageava o deus Dionísio, o mais jovem dos deuses. Essa festa era anual e chamava-se "Dionisíaca".
As peças eram representadas ao ar livre. Num mesmo dia eram encenadas várias peças. O espetáculo começava pela manhã e reunia milhares de assistentes. O Eidauro, um dos mais famosos teatros da Grécia antiga, tinha acomodações para 17 000 pessoas.
Frequentar o teatro fazia parte da educação. Todos eram incentivados a comparecer aos espetáculos teatrais. Os pobres podiam assisti-los gratuitamente. Em Atenas, todas as atividades, inclusive o comércio e a torina jurídica dos tribunais, eram interrompidas em dias de espetáculo.
Os atores e o coro trabalhavam num espaço em forma de círculo, equivalente ao que hoje chamamos de palco. Ao redor desse palco, ficavam as arquibancadas de madeira ou pedra, onde se sentavam os espectadores. Os melhores lugares eram reservados às autoridades civis e religiosas. Todos os artistas eram homens. Para fazer o papel de mulher, usavam máscaras e adequavam a voz e a roupa à personagem que representavam.
Os autores teatrais gregos escreveram peças que continuam sendo montadas hoje no mundo inteiro. Eles foram os inventores de dois gêneros teatrais consagrados: a comédia e a tragédia. Entre os autores gregos de tragédias destacam-se:

Ésquilo (525-456 a.C.): Escreveu, entre outras peças, Prometeu acorrentado e Os persas. A maior preocupação desse autor era com a ética, e procurava sempre passar algum ensinamento moral. Em Os persas, por exemplo, pode -se ler:

"Mortais, não vos mostreis excessivamente orgulhosos. Da flor do orgulho nasce a espiga da infelicidade, que só oferece uma colheira de lágrimas".


Sófocles (496-406 a.C.): autor de Édipo-Rei, Antígona e Electra, esforçou-se em provar que nenhum ser humano podiafugir ao seu destino




Aristófanes (445-386 a.C.): autor de Lisístrata, As nuvens e As rãs, escreveu comédias em que, quase sempre, ridicularizava os políticos.

Os jogos olímpicos

Os gregos acreditavam que os seus deuses tinham poderes incriveis, eram imortais e dominavam as forças da natureza. Para homenageá-los, faziam festas regularmente. Uma dessas festas eram os famosos jogos olímpicos.
Na grécia antiga, os jogos olímpicos ocorriam de quatro em quatro anos. Essa grande festa grega aconteceu pela primeirva vez em 776 a.C., na cidade de Olímpia.
Os jogos eram uma homenagem a Zeus, o mais respeitado dos deuses gregos. Por isso, quando se aproximava a data de sua realização, as guerras eram interrompidas em todo o mundo grego. Os habitantes de todas as cidades podiam viajar para Olímpia livremente, sem medo de serem atacados ou presos. Era um sacrilégio atacar um atleta que se dirigia a Olímpia ou entrar com algum tipo de arma no lugar em que se realizava a grande festa.
Inicialmente, o espetáculo acontecia numa espécie de campo de luta. Com o tempo, passou a ser realizado no ginásio, um centro esportivo murado, destinado a todos os tipos de competição e equipado com banheiros e vestiários.
As modalidades esportivas eram variadas. Havia a corrida a pé, a corrida com armas (disputadas no estádio), a corrida de cavalos, a corrida de carros puxados por cavalos (no hipódromo). Além disso, ocorriam também as lutas corporais, o arremesso de disco e o de dardo.
Os vencedores ganhavam uma coroa feita com folhas de louro e eram recebidos com enorme entusiasmo na volta à sua cidade natal, onde erguiam-se estátuas em homenagem a eles. As olímpiadas gregas continuaram por quase mil anos.

Corrida de Bigas