quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Os Deuses Primordiais



Os deuses primordiais da mitologia grega (nascido primeiro) eram as divindades que nasceram em primeiro lugar, que surgiram no momento da criação, e cujas formas constituem a estrutura básica do universo. O primeiro deles surgiu do nada, e os outros nasceram dele. São 10 os principais Deuses Primordiais:

Caos



A primeira divindade a surgir no universo, portanto o mais velho dos deuses. A natureza divina de Caos é de difícil entendimento, devido às mudanças que a idéia de "caos" sofreu com o passar da épocas. Caos, primeiramente vou dito como o AR, só que mais tarde passou a ser visto como uma mistura de todos os elementos juntos.

Gaia


Gaia, a mãe de todos os Deuses, simbolizava a Terra. Ela seria a Segunda Divindade Primordial nasceu logo após Caos. Teria uma natureza forte, por fazer surgir Urano, Pontos e as montanhas.

Tártaro




Assim como Gaia era a personificação da Terra e Urano a personificação do Céu, Tártaro era a personificação do Inferno. Nele estavam as cavernas e grutas mais profundas e os cantos mais terríveis do reino de Hades, o mundo dos mortos, para onde todos os inimigos do Olimpo eram enviados e onde eram castigados por seus crimes. Lá os Titãs foram aprisionados por Zeus (Júpiter), Hades (Plutão) e Poseidon (Neptuno) após a Titanomaquia.


Urano




era um deus grego que personificava o céu. Foi gerado espontaneamente por Gaia (a Terra) e casou-se com sua mãe. Ambos foram ancestrais da maioria dos deuses gregos, mas nenhum culto dirigido diretamente a Urano sobreviveu até a época clássica, e o deus não aparece entre os temas comuns da cerâmica grega antiga. Não obstante, a Terra, o Céu e Estige podiam unir-se em uma solene invocação na épica homérica.

Érebo



Érebo ou Erebus era a personificação da escuridão; precisamente o criador das Trevas. Tinha seus domínios demarcados por seus mantos escuros e sem vida, predominando sobre as regiões do espaço conhecidas como “Vácuo” logo acima dos mantos noturnos de sua irmã Nix, a personificação da noite.



Nix



A deusa grega Nix era a personificação da noite. Era filha do Caos, o que a torna uma das primeiras criaturas a emergir do vazio. Isso significa que Nix era irmã de algumas das mais antigas divindades da mitologia grega, incluindo Erébo(a Escuridão), Gaia(a mãe Terra), Tártaro(Trevas abismais) e Eros(o amor da criação). Dessas forças primordiais sobreveio o resto dos deuses gregas. E Nix era responsável por dar origem aos filhos divinos.

Hemera



Hemera – filha de Nix (a noite) com Erebo (deus da escuridão) – era personificação do dia (a deusa é interligada ao fato mitológico de poder ter sido a primeira deusa a representar o sol). Teve um romance com seu irmão Éter e com ele teve uma filha, Tálassa. Unida a este, também gerou seres não antropomorfizados: Tristeza, Cólera, Mentira, etc.

Éter



era, na mitologia grega, a personificação do conceito de "céu superior", o "céu sem limites", diferente de Urano). Era o ar elevado, puro e brilhante, respirado pelos deuses, contrapondo-se ao ar obscuro, que os mortais respiravam, sendo deus desconhecido da matéria, em consequência as moléculas de ar que formam o ar e seus derivados.



Ponto



era o antigo deus pré-olímpico do mar, na mitologia grega, que, tal como Urano, nasceu por partenogénese de Gaia, a Terra.



Tálassa



foi, na mitologia grega, uma deusa primordial do mar, filha de Éter e Hemera. Ela era a personificação feminina do mar Mediterrâneo.
Com Pontos, ela foi a mãe da ninfa Hália, às vezes também do Gigante Egeon, a personificação do mar egeo, dos nove Telquines e de todos os peixes e seres do mar.
Quando o sêmen de Urano a fecundou, ela teve Dione, a deusa das ninfas. Outra versão coloca Dione como uma das oceânides e essa mesma versão coloca Tálassa como mãe de Afrodite com Urano.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Os Deuses do Olimpo



Existiam dezenas de deuses que eram adorados nas cidades gregas. Os mais famosos eram 12 e todos viviam no Olimpo. Cada um tinha uma personalidade própria e qualquer um podia enviar desgraça caso os mortais, aqui na Terra, não lhe dedicassem oferendas e sacrifícios. Os 12 Deuses famosos eram:

Zeus (Júpiter)



O mais poderoso de todos, tinha como arma o raio. Seu nome romano era Júpiter. Todos do Olimpo o temiam, por ser o mais poderoso deles.

Hera (Juno)



Ciumenta esposa de Zeus, esforçou-se em punir as amantes do marido e seus filhos ilegítimos, como Hércules. Seu nome romano era Juno.

Hermes (Mercúrio)



Era o garoto de recados do Olimpo. Usava um chapéu com sandálias aladas para voar mais rápido e transmitir as ordens de Zeus. Mais tarde, ficou conhecido como Deus das comunicações e do Comércio. Seu nome romano era Mercúrio.


Áries (Marte)



Deus da Guerra, foi amante de Afrodite. Seu nome romano era Marte. Um deus corajoso e sem medo nenhum.

Hefesto (Vulcano)



Deus da metalúrgica e do fogo, era feio, corno e manco. Seu nome romano era Vulcano.

Eros (Cúpido)



Deus do amor. Divertia-se flechando os mortais. Suas vítimas ficavam perdidamente apaixonadas. Seu nome romano era Cúpido.

Apolo



Era dado como o mais bonito dos deuses, era todo certinho. Segundo a mitologia, é o deus da adivinhação, da música e do céu azul. Seu nome romano também era Apolo.

Palas Atenas (Minerva)



Deusa da sabedoria, nasceu da cabeça de Zeus. Seu símbolo é uma coruja. Seu nome romano era Minerva.

Afrodite (Vênus)



Deusa do amor e da beleza. Traiu o marido, Hefesto, com Áries, deus da Guerra. Seu nome romano era Vênus.

Dionisio (Baco)



Deus do vinho, do transe alcoólico e do teatro. Preferia se divertir na Terra a ficar no Olimpo. Seu nome romano era Baco.

Posídon (Netuno)



Deus do mar, segurava um tridente e o estado das águas dependia de seu humor. Seu nome romano era Netuno.

Hades (Plutão)



Era irmão de Zeus, governava o mundo subterrâneo, uma espécie de inferno. Seu nome romano era Plutão.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A história da caverna



Platão usou um recurso para apresentar seu pensamento. Imaginou uma caverna onde um grupo de pessoas vivia acorrentado desde a infância. Como o grupo estava acorrentado de costas para a saida só conseguia enxergar o fundo da caverna. Na caverna havia uma fogueira, o que permitia ao grupo ver apenas as sombras das coisas que passavam às suas costas.

Um dia, um desses prisioneiros foi libertado e levado para fora da caverna.

Inicialmente, por não estar acostumado à luz do dia, ficou quase cego. Depois, aos poucos, começou a ver verdadeiros objetos. E pôde, então, enxergar a beleza de um dia ensolarado, com toda a sua variedade de formas, sons e cores. Empolgado, resolveu voltar à caverna para contar tudo aos companheiros.

Para Platão, este homem pode ser comparado aos filósofos em seu trabalho de ensinar a verdade às outras pessoas. Essa história era uma forma de Platão dizer que o que vemos no mundo dos fenômenos é apenas a "sombra" da verdade que habita o mundo das ideias.

Eureka!



Arquimedes nasceu em Siracusa por volta de 285 a.C., tendo vivido até 212 a.C. Foi um dos mais brilhantes alunos da famosa escola de Alexandria. Suas grandes contribuições à Matemática, à Geometria, à Aritmética e à Física foram fundamentais para o desenvolvimento desses campos de conhecimento.

A ele são atribuídas importantes invenções, como o parafuso e a roda dentada. Conta-se que ele tomou parte ativa na defesa da invasão da sua cidade pelos romanos e que teria provavelmente incendiado os navios do inimigo com espelhos refletores.

Certamente, sua descoberta mais conhecida é a lei sobre a perda de peso que os corpos sofrem ao serem submersos em água. Partindo desse príncipio, esse sábio teria auxiliado o rei de Siracusa a descobrir uma trapaça de que fora vítima ao encomendar uma coroa de ouro puro.

Conta-se que Arquimedes chegou a esse príncipio enquanto banhava-se e, entusiasmado, saiu correndo nu de sua casa, gritando: Eureka! Eureka!, que em grego quer dizer: "Achei! Achei".

Ciências

As ciências, especialmente a Astronomia, a Geografia, a Matemática, a Medicina e a Física tiveram extraordinário desenvolvimento nas terras conquistadas por Alexandre Magno. No império de Alexandre ocorreu, como vimos, o entrelaçamento da cultura grega com a oriental, fato que deu origem à cultura helenística.




A cidade de Alexandria, no Egito, foi um dos principais centros de reunião de sábios orientais e gregos. Entre os cientistas helenísticos mais importantes estão Aristarco, Euclides e Arquimedes.

Aristarco lançou a hipótese de que a Terra gira em torno do sol muitos séculos antes que essa teoria fosse comprovada. Euclides produziu importantes conhecimentos no campo da geometria e Arquimedes foi um notável físico e matemático.


Filosofia

O clima de liberdade e debates políticos existente na maioria das cidades gregas favoreceu o aparecimento de estudiosos, conhecidos mais tarde como filósofos.

Estessábios esforçavam-se para encontrar explicações para tudo o que existe. Desse esforço dos antigos gregos nasceu a Filosofia, que em grego quer dizer "amor à sabedoria". Entre os principais filósofos gregos da época, estão Sócrates (470-399 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.).

Sócrates não deixou nada escrito. Suas principais ideias chegaram até nós por meio de seu discípulo Platão. O método usado por Sócrates era dialogar com as pessoas sobre o assunto que elas acreditavam conhecer. Em seguida, por meio de perguntas inteligentes, ele mostrava que as "verdades" em que o outro acreditava eram ilusórias.

Ao inicar um diálogo, Sócrates dizia: "Só sei que nada sei". Com isso, ele estava dizendo que o ponto de partida para conhecer um assunto é reconhecer que o ignoramos. O passo seguinte do seu método era formular um conceito daquilo que estava sendo debatido. Ele se preocupou com a construção dos conceitos de justiça, de beleza, de felicidade.

Por sua coragem em discutir os assuntos nas ruas e em praça pública, Sócrates logo tornou-se muito conhecido em Atenas. Isso lhe trouxe um sério problema: foi acusado pelos governantes de corromper os jovens com suas ideias e de não crer nos deuses da cidade. Assim, por nã concordar com a moral religiosa vigente, Sócrates foi condenado e morto.

Platão, aluno de Sócrates, fundou em Atenas uma escola de filosofia chamada Academia. Assim como seu mestre, Platão também se preocupou com questões morais. Para ele só seria possível melhorar a moral dos individuos se reformássemos também a sociedade.



Platão foi o criador da palavra ideia (eidos). Para ele havia o mundo dos fenômenos (ilusório) e o mundo das ideias universais (verdadeiro). Esse mundo das ideias é habitado pelas ideias universas de Verdade, Bondade, Bem, Felicidade, Coragem, Justiça. A mais importante de todas, para Platão, é a ideia de Bem.

Platão era totalmente contrário à democracia ateniense, pois, segundo ele, o homem comum não estava preparado para governar e era incapaz de tomar decisões políticas apropriadas. Para ele, os filósofos é que deveriam governar a cidade.

Aristóteles foi aluno de Platão e frequentou durante muito tempo a sua Academia. Ele dedicou-se aos mais diferentes campos de conhecimento. Produziu trabalhos importantes na área da física, da botânica, da zoologia, da química, da astronomia e da política.

Aristóteles rejeitava o mundo das ideias criado por Platão e considerava que só é possível verificar a validade de uma ideia por meio da experiência. Para Aristóteles o homem é um "animal político", ou seja, para ele, mais importante do que a família é o convívio humano em sociedade; enfim, a participação na política da cidade.

Por sua contribuição variada e rica, Aristóteles é considerado um dos mais influentes filósofos gregos.

A preocupação dos gregos em refletir constantemente sobre o mundo e os seres humanos contribuiu bastante para o avanço da ciência.

sábado, 29 de agosto de 2009

Medicina

A medicina se firmou como ciência no mundo grego. Um dos maiores responsáveis por isso foi o médico Hipócrates de Cós. Ele descobriu que as doenças possuem causas naturais, e isso numa época em que se acreditava que as doenças ocorriam por força do destino ou por vontade dos deuses.
Em muitos países, inclusive no Brasil, os médicos, ao se formarem, prestam o juramento de Hipócrates, do qual reproduzimos um pequeno trecho:

Não darei medicamentos mortais a ninguém que me pedir nem sugerirei tal coisa ... Nas casas em que entrar, irei em benefício do doente e abster-me-ei de todo o ato voluntário de malícia (...) O que (...) vir ou ouvir da vida dos homens (...) não divulgarei.

História

A Grécia foi também o berço de importantes historiadores, a exemplo de Heródoto de Halicarnasso e do ateniense Tucídides.
Heródoto viveu por volta de 480 a 420 a.C., e suas Histórias tratam, entre outros assuntos, das guerras entre gregos e persas. Como ele viveu em Atenas durante o momento de afirmação da democracia, em sua narrativa histórica predominam comparações entre essa forma de governo e a monarquia persa.
O ateniense Tucídides (455-404 a.C.) também escreveu sobre uma guerra, a Guerra do Peloponeso travada entre Atenas e Esparta. ELe próprio participou, como general, dessa guerra, o que levou a escrever sua história. Em sua obra História da Guerra do Peloponeso, levou em conta tanto o ponto de vista dos ateniense quanto o dos espartanos, esforçando-se por descobrir as causas da guerra.
A obra desses historiadores são importantes documentos para o estudo da história ateniense.

O cavalo de Tróia

Tróia, ou Ílion (daí Ilíada), era uma rica cidade da Ásia Menor. Conta a Ilíada que o desentendimento entre os gregos e troianos começou quando Páris, o rei de Tróia, raptou a belíssima Helena, esposa do rei de Esparta, uma cidade grega. Diante disso, os gregos velejaram em direção a Tróia dispostos a trazer Helena de volta.
Para surpresa dos gregos, porém, os troianos resistiram valentemente. Com isso, o cerco da cidade de Tróia se arrastou por dez anos, repletos de violentos combates.
Os gregos já se encontravam exaustos quando o grego Ulisses teve uma ideia engenhosa, que seus companheiros puseram em prática imediatamente. Construíram um enorme cavalo oco de madeira e o abandonaram a poucos metros das portas de Tróia. Depois, esconderam-se nele, fingindo uma retirada.
Sem desconfiar que estavam sendo enganados, os troianos pegaram o imenso cavalo e colocaram para dentro dos muros de sua cidade. E, felizes com o "presente", ficaram festejando até altas horas, pensando que os gregos haviam desistido da luta. De madrugada, quando todos os troianos dormiam, os soldados gregos saíram de dentro do cavalo e abrigaram as portas de Tróia para os seus companheiros. Tudo como Ulisses havia planejado. Graças a isso, conta a Ilíada, os gregos venceram os troianos e teve fim a Guerra de Tróia.
Desse episódio nasceu a expressão "presente de grego", que é usada até hoje quando ganhamos um presente que, ao invés de nos alegrar, desaponta. 

Poesia

A poesia grega continua servindo de inspiração a muitos artistas atuais. Dois longos poemas, a Ilíada e a Odisséia, ambos atribuídos ao poeta Homero, a tornaram conhecida no mundo todo. Atualmente os estudiosos entendem que esses poemas não foram obras de um só homem, mas eram poemas populares, transmitidos oralmente, e que só muito tempo depois foram escritos na forma que conhecemos hoje. Ali são narrados feitos heróicos dos gregos, muito importantes para o estudo da Grécia antiga. A famosa história do cavalo de Tróia, por exemplo, é contada no poema Ilíada.

Escultura

Mesmo quando faziam estátuas de um deus ou deusa, os gregos glorificavam o ser humano. É o que se pode notar nas obras de dois talentosos escultores gregos: Fídias, criador da estátua da deusa Atena (deusa da sabedoria), e Praxísteles, conhecido pela perfeição com que esculpia a figura humana.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Teatro

As artes gregas valorizavam o homem, ou seja, eram essencialmente humanistas. É o que se pode concluir pelas obras de seus escultores, poetas e autores de peças teatrais.
O teatro grego, assim como as olímpiadas, também originou-se da religião, a partir de uma festa em que se homenageava o deus Dionísio, o mais jovem dos deuses. Essa festa era anual e chamava-se "Dionisíaca".
As peças eram representadas ao ar livre. Num mesmo dia eram encenadas várias peças. O espetáculo começava pela manhã e reunia milhares de assistentes. O Eidauro, um dos mais famosos teatros da Grécia antiga, tinha acomodações para 17 000 pessoas.
Frequentar o teatro fazia parte da educação. Todos eram incentivados a comparecer aos espetáculos teatrais. Os pobres podiam assisti-los gratuitamente. Em Atenas, todas as atividades, inclusive o comércio e a torina jurídica dos tribunais, eram interrompidas em dias de espetáculo.
Os atores e o coro trabalhavam num espaço em forma de círculo, equivalente ao que hoje chamamos de palco. Ao redor desse palco, ficavam as arquibancadas de madeira ou pedra, onde se sentavam os espectadores. Os melhores lugares eram reservados às autoridades civis e religiosas. Todos os artistas eram homens. Para fazer o papel de mulher, usavam máscaras e adequavam a voz e a roupa à personagem que representavam.
Os autores teatrais gregos escreveram peças que continuam sendo montadas hoje no mundo inteiro. Eles foram os inventores de dois gêneros teatrais consagrados: a comédia e a tragédia. Entre os autores gregos de tragédias destacam-se:

Ésquilo (525-456 a.C.): Escreveu, entre outras peças, Prometeu acorrentado e Os persas. A maior preocupação desse autor era com a ética, e procurava sempre passar algum ensinamento moral. Em Os persas, por exemplo, pode -se ler:

"Mortais, não vos mostreis excessivamente orgulhosos. Da flor do orgulho nasce a espiga da infelicidade, que só oferece uma colheira de lágrimas".


Sófocles (496-406 a.C.): autor de Édipo-Rei, Antígona e Electra, esforçou-se em provar que nenhum ser humano podiafugir ao seu destino




Aristófanes (445-386 a.C.): autor de Lisístrata, As nuvens e As rãs, escreveu comédias em que, quase sempre, ridicularizava os políticos.

Os jogos olímpicos

Os gregos acreditavam que os seus deuses tinham poderes incriveis, eram imortais e dominavam as forças da natureza. Para homenageá-los, faziam festas regularmente. Uma dessas festas eram os famosos jogos olímpicos.
Na grécia antiga, os jogos olímpicos ocorriam de quatro em quatro anos. Essa grande festa grega aconteceu pela primeirva vez em 776 a.C., na cidade de Olímpia.
Os jogos eram uma homenagem a Zeus, o mais respeitado dos deuses gregos. Por isso, quando se aproximava a data de sua realização, as guerras eram interrompidas em todo o mundo grego. Os habitantes de todas as cidades podiam viajar para Olímpia livremente, sem medo de serem atacados ou presos. Era um sacrilégio atacar um atleta que se dirigia a Olímpia ou entrar com algum tipo de arma no lugar em que se realizava a grande festa.
Inicialmente, o espetáculo acontecia numa espécie de campo de luta. Com o tempo, passou a ser realizado no ginásio, um centro esportivo murado, destinado a todos os tipos de competição e equipado com banheiros e vestiários.
As modalidades esportivas eram variadas. Havia a corrida a pé, a corrida com armas (disputadas no estádio), a corrida de cavalos, a corrida de carros puxados por cavalos (no hipódromo). Além disso, ocorriam também as lutas corporais, o arremesso de disco e o de dardo.
Os vencedores ganhavam uma coroa feita com folhas de louro e eram recebidos com enorme entusiasmo na volta à sua cidade natal, onde erguiam-se estátuas em homenagem a eles. As olímpiadas gregas continuaram por quase mil anos.

Corrida de Bigas

A religião


Os gregos, assim como muitos povos antigos, acreditavam em vários deuses. Eram, portanto, politeístas. Julgavam que seus deuses viviam no alto do Olimpo, a montanha mais alta da Grécia, com cerca de 2 mil metro de altura. Por isso a palavra Olimpo passou a ser sinônimo de céu, lugar onde reina a felicidade.
Os deuses gregos eram semelhantes aos seres humanos: guerreavam entre si, sentiam ódio, ciúmes, inveja, casavam-se, tinham filhos etc. Os gregos acreditavam que os deuses podiam tanto favorecer quanto prejudicar os seres humanos. Por isso, quando precisavam de ajuda ou queriam aplacar raiva de um deus ou deusa, ofereciam-lhes presentes, orações, festas. Quando tinham um problema sério, consultavam os deuses em busca de uma orientação.

Os deuses gregos eram eternamente jovens. E, além de se casarem entre si, casavam-se também com os mortais. Os filhos desses casamentos eram chamados de heróis. Entre os mais famosos heróis gregos estão Hércules, Jasão, Prometeu, Édipo e Perseu. Suas histórias chegaram até nos por meio de mitos.
Mitos são relatos por meio dos quais um povo tenta explicar a origem do mundo, dos seres humanos e de fenômenos naturais, como a chuva,  ageada, os raios etc. O conjunto de mitos recebe o nome de mitologia. A mitologia grega é rica e variada.
Um mito grego conta que Prometeu roubou o fogo celeste para ofertá-lo aos homens. Por isso, foi condenado por Zeus a ficar acorrentado no alto de um rochedo, onde todos os dias um pássaro vinha comer-lhe um pedaço do fígado. A história, no entanto, tem final feliz: Prometeu foi salvo por um outro herói, de nome Hércules, cuja fama se deve à sua enorme força.
Já Édipo ganhou fama devido à sua inteligência. COntam que a cidade de Tebas vivia aterrorizada por uma Esfinge, que devorava todos aqueles que não conseguissem decifrar seu enigma: "Qual o animal que anada com quatro patas ao amanhecer, duas ao meio-dia e três ao entardecer?". Édipo acertou respondendo o homem, que quando bebê engatinha, quando adulto caminha ereto e, quando ido, apóia-se numa bengala para caminhar. Com isso, a Esfinge morreu e Édipo foi transformado e herói de Tebas.
A fama de Perseu deve-se ao fato de ter conseguido matar Medusa, mulher monstruosa, cujos cabelos eram feitos de serpentes e que tinha o poder de transformar em pedra qualquer pessoa para quem ela olhase.

A democracia ateniense

Temos um sistema político (...) que se chama democracia, pois se trata de um regime concebido, não para uma minoria, mas para as massas. Em virtude das leis (...) todas as pessoas são cidadãos iguais. Por outro lado, é conforme a consideração de que goza em tal ou qual domínio que cada um é preferido para a gestão dos nossos negócios públicos, menos por causa da sua classe social do que pelo seu mérito. E nada importa a pobreza: se alguém pode prestar serviço À cidade, não é disso impedido pela obscuridade da sua categoria. É como homens livres que administramos o Estado (...) Obedecemos aos magistrados sucessivos, às leis e, sobretudo, às que foram instituídas para socorro dos oprimidos.
Para tudo dizer numa só palavra: a nossa cidade, no seu conjunto, é a escola da Grécia.

Gregos contra gregos

Afirmando que os persas poderiam voltar a atacar, os atenienses convenceram outras cidades gregas a se aliarem a ela. Cada cidade deveria contribuir com soldados, navios ou, se preferisse, dinheiro. Nascia assim a Confederação de Delos, uma união de cidades gregas sob a liderança de Atenas. Delos era o nome de uma pequena ilha, sede da confederação onde ficava depositado o tesouro da Liga. Atenas, porém, aproveitou-se de sua força militar e passou a usar o dinheiro enviado por suas aliadas em benefício próprio. Péricles, que governava Atenas na época, mandou erguer templos e palácios em mármore e, principalmente, usou os recursos para fazer as reformas políticas que garantissem a supremacia de Atenas.
Como era de se esperar, a política de Atenas provocou reações violentas na Grécia. Esparta aliou-se a outras cidades descontentes, formou a Liga do Peloponeso e partiu para a guerra contra a Confederação de Delos. Iniciava-se assim uma guerra de gregos contra gregos.

A Grécia na Guerra do Peloponeso
A guerra, conhecida como Guerra do Peloponeso, se arrastou por 27 anos, de 431 a 404 a.C. As suas consequencias foram as mais trágicas possíveis: milhares de mortos, agricultura arruinada, comércio interrompido, monumentos destruídos, cidades vazias, fome e pobreza por todo lado. Esparta venceu a guerra e aproveitou-se disso para impor seu domínio a toda a Grécia. Isso provocou novas e violentas revoltas entre os gregos. A cidade de Tebas e suas aliadas reagiram e conseguiram derrotar Esparta.
Essas guerras prolongadas enfraqueceram e empobreceram as cidades gregas. Isso explica, em parte, por que elas não resistiram ao ataque do exército de Felipe II, rei da Macedônia, que, em 338 a.C., acabou conquistando a Grécia.
Alexandre, o Grande
A Macedônia estava localizada no norte da Grécia. Seus habitantes falavam a língua grega e se consideravam gregos. Logo após ter conquistado a Grécia, Felipe II morreu assassinado e foi sucedido por seu filho Alexandre, que tinha então apenas 20 anos.
Em dez anos, o exército de Alexandre conquistou a síria, a Fenícia, a Palestina, o Império Persa e parte da Índia e do Egito. Alexandre fundou cerca de dezesseis cidades com o nome de Alexandria, em homenagem ao seu próprio nome. A mais conhecida localizava-se no Egito e tornou-se um grande centro intelectual, famosa pela sua biblioteca - a maior do mundo antigo -, que seria destruída alguns anos depois em um incêndio.
Alexandre consolidou-se no poder reprimido revoltas em solo grego. Em seguida, partiu à frente de cerca de 40 mil soldados, macedônicos e regos, em direção à África e à Ásia.
Como seu pai, Alexandre foi um político habilidoso. Procurou respeitar as tradições e a religião dos povos conquistados. Admitiu jovens persas no seu exército e estimulou o casamento de seus soldados (inclusive os oficiais mais graduados) com mulheres orientais. Ele próprio chegou a casar-se com a filha mais velha de Dario, rei dos persas, a quem havia derrotado. Também incentivouao máximo a troca de informações entre os diferentes povos de seu império.
Por conta disso, a cultura grega foi se fundindo com as culturas orientais, o que deu origem à cultura helenística.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

As guerras greco-pérsicas

A riqueza das cidades gregas, como Esparta, Atenas e Tebas, era um fato muito conhecido no mundo daquela época. Isso atraiu a cobiça do Império Persa, liderado na época por Dario I, cujo governo foi de 521 até 486 a.C. Inicialmente, os persas atacaram as colônias gregas da Ásia Menor. Depois, em 490 a.C., lançaram seu poderoso exército contra a Grécia Continental.

Para surpresa dos persas, as cidades gregas deixaram de lado suas divergências internas e uniram-se contra o inimigo comum. Foram onze longos anos de guerra, ao fim dos quais os gregos saíram vitoriosos.

A liderança da luta contra os persas coube às cidades de Esparta - que tinha o melhor exército terrestre da Grécia - e de Atenas - que possuía a melhor forta marítima.

Ruínas de Persépolis

Trirreme Grega

Política em Esparta

Supõe-se que a constituição espartana tenha sido feita por Licurgo, no final do século VII a.C. Esse personagem, que não sabemos se de fato existiu , teria recebido as leis das mãos do deus Apolo.

O governo de Esparta era assim dividido:

Diarquia: dois reis, membros de duas famílias importantes da cidade. Os reis desempenhavam sobretudo funções militares e religiosas.
Eforato: órgão mais poderoso de Esparta, formado por cinco membros (éforos), eleitos anualmente pela Assembléia, a Apela. Os éforos controlavam a aplicação das leis e a educação dos jovens, presidiam a Gerúsia e a Ápela, administravam a justiça e até mesmo supervisionavam a ação dos reis.
Gerúsia: um grupo de trinta anciãos, com mais de 60 anos, que exerciam o cargo para a vida toda. Nesse grupo estavam incluídos os dois reis. O poder dos gerontes era grande: propunham leis, decidiam se a cidade devia ou não participar de uma guerra, julgavam causas criminais.
Ápela: assembléia na qual só podiam participar espartanos com, no mínimo, 30 anos. Essa assembléia votava, sem discutir, as propostas da Gerúsia, possuindo, portanto, pouco poder de fato. Atentando para a limitação da participação política em Esparta, entendemos por que a forma de governo espartana era chamada de oligarquia, palavra de origem grega que quer dizer "governo de poucos", isto é, trata-se de um regime político em que o poder é exercido por uma minoria.

Infância, adolescência e educação dos espartanos



Conta-nos um historiador grego que em Esparta:


Quando nascia uma criança, não era seu pai que decidia se iria criá-lo ou não. O recém-nascido era levado ao lugar onde se reuniam os mais velhos, que o examinavam. Se fosse sadio e robusto, podia ser criado pelos pais (...) Se, ao contrário, fosse fraco e deficiente, era lançado no precipício. Julgavam que isso era o melhor para a criança e para o governo.

(PLUTARCO. Vida de Licurgo, 16, 1.2. Citado por Jacques Maffre. A vida na Grécia Clássica. p. 147. Adaptado).



Até os sete anos os meninos eram criados pelas suas mães. Elas os deixavam andar descalços para ter pés calejados e os cobriam só com uma única túnica para aprenderem a suportar o frio. A partir de então, passavam a viver com outros garotos da mesma idade em acampamentos do governo. Nesses acampamentos aprendiam somente a ler, escrever e contar. No resto do tempo, praticavam esportes, recebiam instrução militar e treinavam sobrevivência no mato. O jovem tinha de conseguir alimento por conta própria. Mas se fosse pego roubando, mesmo que para matar a fome, era castigado de modo cruel e em público.



A partir dos 16 anos, passavam por uma série de provas, das quais a mais terrível era a críptia: levantavam-se de madrugada, armavam-se de punhais e, em bandos, invadiam as casas dos hilotas para assassiná-los. Aos 20 anos, eles ingressavam no exército. Aos 30, casavam-se e recebiam um lote de terra do governo, acompanhado de um certo número de hilotas. A partir dessa data eram considerados cidadãos, ou seja, podiam votar, ocupar cargos públicos e participar das refeições coletivas diárias. Essas refeições visavam reforçar o companherismo entre os espartanos. Eles continuavam servindo o exército até os 60 anos.



As mulheres, por sua vez, também faziam exercícios físicos, participavam de lutas e demais atividades esportivas. Com isso, estavam sendo preparadas para ser mães de filhos fortes e saudáveis. Essa era a principal função da mulher.



Esparta

A forma de governo de Esparta difere radicalmente da democracia ateniense. Esparta localizava-se na península do Peloponeso, entre montanhas altas e sem saída para o mar. Fundada pelos dórios no século IX a.C., a cidade, desde o começo, mais parecia um grande acampamento militar.

Os espartanos eram preparados para a vida militar desde o nascimento. O historiador Heródoto dizia que o lema dos espartanos era "não fugir do campo de batalha diante de qualquer número de inimigos, mas permanecer firmes em seus postos e neles vencer ou morrer".
(BIASOLI, Vitor. O mundo grego. p. 23.)

Após a conquista da Messênia, no século VIII a.C., a sociedade espartana estava dividida em três grupos sociais. Os espartanos contituíam uma minoria de grandes proprietários e eram os únicos que podiam ocupar cargos políticos e militares; os periecos, homens livres, assim chamados por viverem na periferia da cidade, dedicavam-se à agricultura, ao comércio e ao artesanato; os hilotas eram descendentes de povos conquistados que foram presos e colocados a serviço do governo de Esparta. Os hilotas eram obrigados pelo governo a trabalhar nas terras dos espartans e podiam ficar com a metade do que colhiam; não podiam ser vendidos ou expulsos da terra que cultivavam mas também não tinham liberdade para deixá-la. Eles não tinham direitos políticos mas conservavam laços familiares. Portanto, sua situação era diferente da dos escravos. Mas, como os demais trabalhadores forçados, os hilotas revoltavam-se com frequência.